Carlyle Martins
As Lágrimas do Angico
Faz anos que nasceu, em terrenos adustos,
Aquele pé de angico, esbelto e senhoril,
No amplo seio da mata, entre frágeis arbustos,
Tendo em cima o esplendor do vasto céu de anil.
À hora do entardecer, de temores e sustos,
Na tristeza de agosto ou na glória de abril,
Chora o tronco do angico, entre os troncos vetustos,
Alongando no espaço o alto e estranho perfil.
Espalham-se em redor as sombras vespertinas!
O angico, derramando o pranto das resinas,
Fica esperando a luz magnífica do luar.
- Como tu, vive alguém, no deserto da vida,
Procurandoo do amor a miragem perdida,
Ó velho angico ansioso e exausto de chorar.
Faz anos que nasceu, em terrenos adustos,
Aquele pé de angico, esbelto e senhoril,
No amplo seio da mata, entre frágeis arbustos,
Tendo em cima o esplendor do vasto céu de anil.
À hora do entardecer, de temores e sustos,
Na tristeza de agosto ou na glória de abril,
Chora o tronco do angico, entre os troncos vetustos,
Alongando no espaço o alto e estranho perfil.
Espalham-se em redor as sombras vespertinas!
O angico, derramando o pranto das resinas,
Fica esperando a luz magnífica do luar.
- Como tu, vive alguém, no deserto da vida,
Procurandoo do amor a miragem perdida,
Ó velho angico ansioso e exausto de chorar.
CARLYLE DE FIGUEIREDO MARTINS (1899-1986)
Natural de Fortaleza, foi um dos poetas mais profílicos de sua época, tendo publicado, dentre muitos outros trabalhos, Evangelho do Sonho (1931), Caminho Deserto (1934), Colheita de Rosas (1938), Ânfora de Estrelas (1940), Paisagens do meu Destino (1957), Sinfonia do Entardecer (1966), Pássaro Errado (1968) e Mensagem das Horas Tardias (1972). É considerado o último "parnasiano histórico" do Ceará.
1 Comments:
Oba! Oba!
Que bom que eu encontro aqui outro colaborador da Revista A ESTRELLA - CARLYLE MARTINS -, amigo da família de FRANCISCA CLOTILDE. Digo e provo. Vejamos:
...........SINGELAS SAUDAÇÕES......
(À D. Francisca Clotilde, pelo 19 de outubro)
Saudar venho boa amiga,
Esta data esplendorosa
Receba com mil flores,
É festiva e assaz ditosa,
Pois relembra o teu natal,
Salve data auspiciosa.
Que durante muitos anos,
Festejamos esse dia
E que seja aureolado
Pelas bênçãos de Maria,
Salve, salve o dezenove
Que nos trás doce alegria!
Que vivas sempre feliz
Junto a lira predileta
Aos caminhos de Aristóteles
E de Ângela dileta
Fitando a Estrellinha
Da distinta Antonietta.
CARLYLE MARTINS. Revista A Estrella, Outubro de 1916.
Parabéns, meu jovem GUSTAVO.
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